ÚLTIMA viagem da vida.
Trilhos paralelos que ligam
nada a lugar algum.
No etéreo - até quando?
resistirá a criação!
O passar é místico e aveludado como um pêssego.
Simples e complexo como a formação da gota d'água.
Ontem usava o cetro incerto do poder inerente.
Hoje poderia usar o cajado;
não para orientar cordeiros
nem para determinar arroubos entre nós meros mortais.
Mas, para apontar o remanso do lar.
Do fechar da porta.
Da porta aberta.
Do ponto final do parágrafo.
Do parto natural da paciência.
E, por que não do espírito embutido na alma?
Que mais forte que a podre carne
invoca representação:
Representação de todo o teatro
por que passa a vida humana.
De todo o ator representado em ser.
De todo o louvor mal louvado e expirado.
De todo o cansar, reprimido.
Embora, morrer não seja desaparecer,
é antes de tudo faltar.
Faltar!
Há morrer quando há o faltar.
E, morrer é a falta que deixa
a chave que fecha a porta.
Wagner Marim
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