terça-feira, 26 de outubro de 2010

COTIDIANO

Deixei cair um pingo de clara do ovo quebrado.
A vida escorregou como gota de água
sobre uma superfície lisa e inclinada.
Aquele urso de pelúcia que nunca tive
Posicionou suas patas sobre o travesseiro que ainda terei.
O reflexo da luz que incide sobre o anteparo,
Projeta uma luz vermelha sobre a parede
Recentemente pintada na cor gelo.
Seu manejar de olhos me seduz e inspira-me a sonhar.
Seu falar macio, terno e sussurrante deixa-me alerta.
Você que se enfeita com a sombra do sol e se perfuma com o hálito da manhã,
Veio hoje e me acarinhou os lábios e passou as mãos sobre minha cabeça.
Manteve o abajur aceso, o cinzeiro cheio e o vaso de flor sobre a mesa.
Acordo, olho pela janela.
Acendo um cigarro e vejo uma casca de banana
perigosamente estendida sobre a calçada.
Na verdade esse dia a dia deixa a gente muito repetitivo e entediado.
Amanhã será outro dia.

Um comentário:

  1. Sim, meu caro amigo poeta. Amanhã será um outro dia, e bem melhor... Garboso escrito... Abraços poetanos...

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